Paulo Freire em relação à alfabetização de adultos
Bem, ao trabalharmos temas geradores na “perspectiva freiriana”, podemos perceber a grande preocupação de Paulo Freire na defesa de ensinar a partir do conhecimento do aluno, construindo seu aprendizado através de experiências de vida e do conhecimento do meio em que o aluno vive. Ou seja, se anteriormente aprendia-se de acordo com formalidades de uma educação que partia de princípios onde os educadores acomodavam-se em uma forma abstrata de pensamento, onde apenas juntavam-se sílabas formando palavras, frases e leituras sem nenhuma ligação do aluno com o que estavam aprendendo, era como que uma aprendizagem envolta a decorar e não a aprender, apenas preocupando-se com conteúdos e não com a prática do conhecimento. Hoje vivemos uma educação que foi reformulada, desenvolvemos o pensamento do aluno, onde ele possa perceber o que escreve, o que lê ligando ao que ele vive, a sua realidade. Paulo Freire ao contemplar uma visão de educação ligando ao contexto social, não quis apenas modificar a forma de ensinar, mas sim fazer com que as pessoas aprendessem tentando modificar para melhor o mundo, criticando e melhorando através da problematização e da busca por soluções. Ao aprender através de mecanismos que se desenvolvam a partir da prática e não do decorar conteúdos, podemos levar o aprendizado além de apenas acumular informações, mas sim aprender transformando nossa prática em um conhecimento que ficará imortal. O aluno quando não está ligado ao que aprende, dificilmente levará esse aprendizado para sua vida a fora, pois para que tenha um significado importante o aprendizado precisa de uma ligação com a prática e com a importância deste aprendizado para a vida deste aluno. A frase de Freire: “Pensávamos numa alfabetização que fosse em si um ato de criação, capaz de desencadear outros atos criadores” (Paulo Freire, Educação como prática da liberdade, 1971), demonstra sua preocupação na aprendizagem que faça com que o aluno crie e que seja capaz de criar ainda mais, mas para que isso seja possível devemos dar a esse aluno a chance de criar, modificando seu pensamento, tornando-o crítico, capaz de pensar por sua própria conta, resolvendo seus próprios problemas, idealizando um mundo melhor onde tenha um espaço seu.
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Um comentário:
Olá, Eliete:
Adorei tua postagem, pois é este mesmo o propósito: fazer com que o aluno saiba compreender seu entorno, problematizar suas questões, instigar, ser ativo e criador de suas ações, sentir-se responsável por suas atitudes, enfim, fazer com que ele se sinta cidadão e capaz de transformações em todos os âmbitos.
Abraço, Anice.
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