segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Menino Selvagem

Postagem referente ao dia 08/11/09

Relações interpessoais, convívio, intercâmbio de saberes... fatores imprescindíveis para o pleno desenvolvimento humano.

A interdisciplina de Libras, através do estudo do filme “O Menino Selvagem”, me colocou em situações de reflexão sobre as especificidades do comportamento humano. O filme retrata experiências de uma criança que, vivendo isolada por anos junto com os lobos, retrai suas capacidades de comunicação adquirindo comportamento puramente selvagem.
Este estudo me levou a interdisciplina de Ed. Especial, proferida no semestre passado onde estudamos sobre a importância das relações interpessoais entre os sujeitos e das múltiplas experiências para a redução das barreiras impostas pela deficiência.
No caso da surdez ou deficiência auditiva, a necessidade da comunicação é fundamental para que a criança desenvolva suas capacidades cognitivas não apenas para se fazer entender como também pra compreender o que lhe dizem.
O filme mostra a existência de uma Instituição Nacional de “Surdos-Mudos”, para onde eram levadas as crianças surdas da época, no século XVIII. Este local funcionava como um “depósito” para crianças anormais ou doentes, um ambiente onde os pais pudessem deixar seus filhos surdos, em segurança, mas sem se comprometer com sua educação. Deste modo, estas crianças ficavam sem a preciosa oportunidade de conviverem em família, utilizando e criando formas para se comunicar, para se fazer entender.
Antigamente, existia uma cobrança muito grande no sentido de ensinar ou “treinar” o surdo para falar desprezando e até punindo qualquer forma de comunicação por sinais. Atualmente a concepção é outra, a população e os governos, bem como, a próprio surdo, vem atribuindo maior importância ao uso da língua de sinais na construção da(s) sua identidade(s), ou seja, já vem se percebendo que este grupo de pessoas possui uma língua que foi criada e é utilizada por uma comunidade especifica de usuários.
É por isso, que atualmente não vimos mais nas escolas professores obrigando alunos surdos a terem que se adequar à oralidade dos não surdos. Hoje, com toda a pedagogia e a movimentação entorno da inclusão, temos escolas e profissionais procurando se aperfeiçoar em Libras. Como incentivo muitas entidades não governamentais, bem como, o estado e seus municípios vem buscando colocar em suas áreas de curso, a Língua Brasileira de Sinais e assuntos ligados a identidade Surda. Isto, num passado não muito distante, nem se ouvia falar e as possibilidades de se encontrar um curso voltado para esta área eram muito raras.
O estudo desta unidade nos coloca a importância da inclusão, da cooperação no sentido de operar junto, e mais uma vez reforça a idéia de que a convivência, os momentos de troca são fundamentais para o pleno desenvolvimento humano.

2 comentários:

Ni disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anice - Tutora PEAD disse...

Olá, Eliete:

De fato, se observarmos o passado e compararmos, muito avançamos.

Os surdos agora tem sua comunidade, identidade marcada por injustiças, lutas e conquistas.

As libras é a comunicação mais eficaz e tão complexa e completa como qualquer outro idioma.

Abraço, Anice.