“A família tende a funcionar como um sistema
total. As ações e comportamentos de um dos membros
influenciam e simultaneamente são influenciados
pelos comportamentos de todos os outros”.

Até curarmos os relacionamentos com nossos pais e irmãos, possivelmente iremos repetir pelo menos alguns dos problemas da nossa “família original” nos relacionamentos primários. É sabido por conselheiros matrimoniais e terapeutas que adultos tendem a repetir os temas da infância ou de gerações anteriores, no contexto de seus relacionamentos íntimos. Por exemplo, uma mulher que teve um pai que a maltratava fisicamente pode se encontrar casada com um marido que também a maltrata; um homem que teve uma mãe dominadora pode se casar com uma mulher mandona. Adultos que foram maltratados na infância têm uma tendência maior a maltratar os próprios filhos. Reconhecer essas dinâmicas familiares e encarar as nossas feridas com compaixão é importante para assegurar que não iremos repetir esses padrões na vida adulta. Até curarmos esses relacionamentos, é improvável que tenhamos relacionamentos diferentes com outras pessoas.

Se você está ressentido, zangado, ou tem algum outro problema com a sua família de origem que não foi resolvido, faça da cura desses relacionamentos uma prioridade. Se o seu esforço para perdoar seus pais ou irmãos for completo, ou algo em que você realmente está envolvido, ele irá influenciar positiva e profundamente o seu relacionamento com seu parceiro ( e com todas as outras pessoas)

Cada pessoa traz para o relacionamento o amor e os obstáculos ao amor que aprendeu. Os caminhos do amor são aprendidos e escolhidos. Alguns adultos se sentiram tão alienados do amor, tão feridos pelo que passou com o “amor paterno”, que precisam aprender a se sentirem dignos do amor genuíno e a serem capazes de estender o seu amor. Se você curar velhas feridas e aprender a amar e a aceitar a si mesmo, você naturalmente trará a luz do amor para o seu relacionamento.

Uma criança com autoconceito e auto-estima positivos é uma criança de comportamento positivo, que reforça o auto conceito positivo. Uma criança com autoconceito negativo e baixa auto-estima mostrará um comportamento negativo que reforça o autoconceito negativo. Seja o que for que você possa fazer para construir a auto-estima de seu filho, o resultado será uma criança mais feliz, com um comportamento mais positivo.

Uma das melhores coisas que você pode fazer pela saúde e pela auto-estima de seus filhos é aumentar sua própria saúde e auto-estima. As crianças aprendem com os exemplos - elas imitam você. “À medida que incrementa e melhora a sua própria vida, você fornece um modelo para os seus filhos.”

“(...) O processo da paternidade e maternidade começa com as criancinhas sendo exteriormente orientadas, aprendemos seu valor com as pessoas importantes de suas vidas. Nós as impulsionamos para que se tornem adultos interiormente orientados, que possam pensar por si, ser autoconfiantes, e que tenham internalizado a auto-estima.

A auto-estima é o maior presente que você pode dar ao seu filho - e a si mesmo. Ela é a chave para a saúde mental, para o saber e para a felicidade. É saber-se uma pessoa de valor e digna de ser amada.

A auto-estima se desenvolve com a qualidade dos relacionamentos entre as crianças e aqueles que são importantes em suas vidas. As crianças não podem ver a si mesmas diretamente. Apenas podem ver como os outros reagem e respondem a elas: se são levadas a sério e ouvidas, se são respeitadas e apreciadas. As crianças observam e tiram conclusões. Essas conclusões tornam-se suas verdades, suas crenças básicas sobre quem são e o que merecem na vida. Às vezes são conclusões falhas; sua verdade não é verdadeira - é apenas uma maneira de ver as coisas.

Quando as crianças são respeitadas, concluem que merecem respeito, aceitação e amor incondicionais.

Os pais são, de fato, como espelhos. O reflexo que devolvem torna-se a base da auto-imagem dos filhos, influenciando-lhes todos os aspectos da vida.

As crianças aprendem com palavras, atitudes e mensagens não-verbais das pessoas importantes de sua vida. Os adultos aprendem da mesma maneira: observando e concluindo. Mas é mais fácil desenvolver uma auto-estima positiva logo no início do que tentar reparar depois uma auto-estima danificada. Entretanto, não podemos fazer voltar o relógio. Precisamos começar de onde estamos agora. Se os seus filhos forem mais velhos, ainda assim não é tarde demais: um novo enfoque, um tato renovado e uma pitada de perdão podem ajudar no processo de cura.

A auto-estima começa com o auto-amor e respeito, com aceitação e cuidados consigo mesmo. Esse amor transborda para os seus filho, que aprendem a amar-se e a amar você. Karl Menninger afirmou, certa vez, que o amor cura as pessoas - aquelas que o dão e aquelas que o recebem.

A baixa auto-estima advém de:

- rejeição;
- amor condicional, ou nenhum amor;
- ameaças;
- falta de atenção, ser ignorado;
- abandono emocional ou físico;
- maus-tratos físicos;
- comparação, perfeccionismo, procurar sempre o que está errado;
- não ser levado a sério, não ser ouvido;
- repressão, insultos, ridículo, humilhação, julgamento, críticas, desencorajamento;
- desrespeito;
- preconceito;
- ressentimento;
- necessidades não atendidas;
- estresse;
- ênfase nas exterioridades ( aparência, comportamento, desempenho).

11 - BIBLIOGRAFIA


ACKERMAN, NATHAN - DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO DAS RELAÇÕES FAMILIARES - Ed. Artes Médicas - Porto Alegre - 1986.

CASARJIAN, ROBIN - O LIVRO DO PERDÃO - o caminho para o coração tranquilo - Ed. Rocco - Rio de Janeiro - 1995.