Eixo VIIRelendo minhas postagens do eixo VII, as interdisciplinas de Libras e do EJA foram as que mais chamaram minha atenção, estava muito curiosa e ao mesmo tempo motivada, tudo era novidade, pois não faziam parte do meu cotidiano como educadora.
Apesar de o tempo ser curtinho, a interdisciplina de libras veio esclarecer alguns mitos, por exemplo, libras é uma língua e não apenas uma linguagem.
Lembro também o quanto foi difícil traduzir o vídeo gravado pela professora em libras, passando horas em frente ao computador até conseguir realizar o trabalho. Essa dificuldade ocorreu por eu não ter nenhum conhecimento dos códigos em libras anteriormente.
Tivemos a oportunidade de assistir o filme “Meu nome é Jonas”, e perceber o quanto é difícil para um deficiente auditivo se comunicar com pessoas que não entendem a língua dos sinais, sem contar a discriminação que sofrem.
A língua dos sinais é tão importante e não é valorizada, acredito que assim como o inglês é obrigatório no currículo escolar, libras também deveria ser, a cada dia que passa nos deparamos mais com pessoas surdas, é muito difícil a comunicação por não termos conhecimento da língua.
Na interdisciplina do EJA pude ler muito sobre o assunto, inclusive ter contato com pessoas que estudam na EJA por intermédio da observação e pesquisa que realizamos para construirmos um banner.
Foi muito interessante assistir uma aula do EJA, os alunos adultos têm dificuldades semelhantes as crianças em seu processo ensino e aprendizagem, porém são pessoas que muitas vezes por diversos motivos precisaram abandonar seus estudos, ou por terem quando crianças alto índice de repetência, levando assim a evasão escolar.
Durante a observação que fiz, o que mais marcou foi a força de vontade que os alunos adultos têm, em sua grande maioria são trabalhadores que vem para a escola cansados depois de um dia de trabalho. São pessoas com muita garra que querem evoluir, que se sentem valorizados quando o professor dá incentivos e acredita no seu potencial, melhorando inclusive a auto-estima dos mesmos.
Para mim como estudante esse contato com uma classe da EJA foi muito importante, pois nunca tive essa oportunidade antes, apenas já tinha feito leituras sobre o assunto, assim fiz a relação da teoria com a prática.
Na interdisciplina de Linguagem e Educação, foi preciso primeiro conceituar o que é alfabetizar e o que é letramento. Foi com o auxílio das leituras desta disciplina que comecei conceituando letramento como um conjunto de práticas sociais que temos através da aprendizagem informal, onde não precisamos ir à escola para aprender. Por exemplo, pessoas que não sabem ler e escrever e convivem com a leitura e escrita: o pedreiro que constrói casas, o feirante que cuida do seu negócio, a dona de casa que pega ônibus vai de uma cidade à outra sem se perder , alguém que dita uma carta para outra pessoa escrever, a criança que mesmo sem saber ler ouve e finge ler histórias nos livrinhos infantis... Neste contexto preciso dizer que vejo a escola mais preocupada em alfabetizar seus alunos, isto é ensinar os códigos da escrita, onde o professor vê o aluno como alguém que nada sabe. O aluno no seu dia a dia é bombardeado por inúmeras informações visuais e sonoras, onde constrói a sua linguagem, mas não é valorizado pelo professor que tudo quer ensinar.
“Ensina-se as crianças a desenhar letras e construir palavras com elas, mas não se ensina a linguagem da escrita.” Vygostski(1991,p119).
Neste contexto percebo que a escola prioriza o conhecimento formal, em muitos casos desprezando o conhecimento anterior à escola.